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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 1998 Margaret Mayo

© 2019 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Um amor esquecido, n.º 514 - maio 2019

Título original: Forgotten Engagement

Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.

Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-1328-084-4

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Créditos

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Capítulo 12

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Capítulo 1

 

 

 

 

 

– Karina, estiveste a chorar.

Karina maldisse em silêncio, porque esperava que Ford não se apercebesse. Conhecia-a demasiado bem… esse é que era o problema.

– Estou um pouco em baixo – admitiu ela, com calma, sem se preocupar em levantar-se do banco, enquanto ele entrava na sala.

Era um homem alto, atraente, de uns trinta e cinco anos. O seu cabelo era negro como o de Karina e os seus olhos do mesmo tom. Tinha uma boca sensual e um nariz peculiar.

– Vamos dar um passeio? – perguntou a jovem.

– Deveríamos fazer qualquer coisa, porque passas demasiado tempo em casa – declarou Ford, inclinando-se para lhe dar um beijo na testa e roçando-lhe a face com os dedos.

Não fez mais nada e, mesmo assim, Karina sentiu a tensão que albergava no interior do seu corpo, a urgência de levar algo até ao fim… como apertá-la entre os braços e encher o seu rosto de beijos. Karina não pôde deixar de sentir admiração pelo seu controlo.

Ela perguntava-se com frequência por que razão não o amava, porque é que não se tinha apaixonado loucamente por aquele homem tão magnífico que tomara as rédeas da sua vida nos últimos tempos. A jovem não encontrava resposta.

Ford sentou-se diante dela, com as suas longas pernas esticadas e o sombrio olhar expectante.

– Importas-te de me dizer o que se passa?

– A mim? – respondeu ela, sorrindo despreocupadamente, para não o ferir e acalmar a sua própria pena e desespero.

Sem maquilhagem, com um simples fato de algodão branco e a cabeleira preta amarrada numa trança, Karina parecia mais uma adolescente do que uma mulher de vinte e seis anos.

– Porque é que estás tão em baixo?

– Agora estou melhor, desde que chegaste – repôs, encolhendo os ombros.

Imediatamente se apercebeu de que tinha cometido um erro. Ford podia interpretar erroneamente as suas palavras, o que fez sem demora. Sorriu amplamente com os seus lábios sensuais e declarou:

– Se é por sentires a minha falta, talvez devesse fazer parte da tua vida mais intensamente.

Desejando poder retractar-se das suas palavras, Karina encolheu-se a um canto do banco e cruzou os braços defensivamente, enquanto abria os seus vibrantes olhos azuis de forma apreensiva.

Ela sabia que aquele momento chegaria e que deveria estar preparada para o abordar, mas não estava. O facto de ser algo mais para Ford assustava-a de sobremaneira. Devia-lhe tudo, mas não podia suportar a ideia de se comprometer com um homem por quem não estava apaixonada.

Com os olhos semicerrados, o bronzeado rosto másculo mostrava desagrado diante da sua reacção. Surpreendentemente, o homem que tinha sido tão delicado com ela nos últimos doze meses parecia ter mudado.

– Lamento que a minha atitude te aterrorize, Karina, mas acho que fui suficientemente paciente contigo. Agora é altura de falarmos seriamente.

Havia algo de novo no seu tom de voz, uma severidade que a fez estremecer.

– Preciso de saber com toda a certeza o que sentes por mim – perguntou ele, gravemente.

– Tu sabes… – respondeu ela, com um arrepio. No exterior, o sol estava radiante, mas a jovem sentia-se como se uma rajada de vento polar a tivesse paralisado.

– Nunca mo disseste por palavras – recordou-a Ford, observando intensamente o seu rosto. – Sei que para ti sou alguém de quem dependes, alguém que permaneceu a teu lado nos maus momentos, mas… deves sabê-lo… quero mais. Muito mais, Karina. Amaste-me no passado. Preciso de saber se me vais amar de novo no futuro.

Mas como é que ia saber que o tinha amado anteriormente? Desde o acidente, Karina não se conseguia lembrar de nada… Nem quem era ou de onde vinha. Vivia num vazio constante e, frequentemente, isso implicava uma carga insuportável para ela.

Ford Fielding afirmava ser seu noivo, mas ela não tinha a certeza desse facto. A sua memória tinha sido completamente apagada. Até tivera que aprender a falar de novo, a ler, a escrever… enfim, todas as coisas necessárias na vida… E ele tinha estado a seu lado em todos os momentos, incentivando-a, apoiando-a, elogiando-a, mostrando uma paciência e uma compreensão infinitas.

Ford tinha-lhe comunicado que os seus pais tinham falecido, que não tinha irmãos e que fora criada por uns pais adoptivos até poder viver por sua conta. Portanto, ele era a única pessoa que tinha no mundo, quer gostasse da ideia quer não.

Tratava-se de uma situação difícil. Karina não o queria magoar. Portara-se tão bem com ela! Tinha sido tão amável, tão cuidadoso, tão compreensivo. Não lhe podia dizer que não sentia nada por ele.

– Não estou convencida de te ter amado no passado – afirmou a jovem, violentamente. – Só tenho a tua palavra. Ford, estás a precipitar-te um pouco.

– A precipitar-me? – inquiriu o homem, irado. – Essa é a maior injustiça que ouvi em toda a minha vida. Na minha opinião, fui extremamente paciente contigo.

Efectivamente, assim tinha sido. Durante vários meses, desde que Karina deixara o hospital, tinham convivido num luxuoso apartamento junto ao Tamisa. Ele pagava a renda, atendia a todas as suas necessidades, fazia tudo quanto fosse necessário, excepto dormir com ela. Um homem com menos categoria teria perdido a paciência muito antes. Contudo, Ford tinha posto o seu trabalho de parte para cuidar dela… Sem esta ajuda, Karina nunca teria conseguido recuperar. Mas, quanto aos seus sentimentos, não podia sentir nada de especial por ele.

Tratava-se de um homem em quem podia apoiar-se e confiar, mas não alguém com quem fosse para a cama. E era estranho, porque Ford Fielding representava o sonho de qualquer mulher: atraente e endinheirado. Para cúmulo, tinha declarado que tencionavam casar em breve. De facto, podendo escolher de entre muitas mulheres, ficara com Karina.

– Foste paciente – concedeu a jovem. – Mais do que eu esperava ou merecia. Não te culparia, se me tivesses virado as costas.

– Talvez o devesse ter feito, em vez de te ter facilitado a vida.

– Não te culparei, se te fores embora agora – repôs Karina.

Era possível que o seu amor por ele voltasse com o tempo. Ou talvez não. Não podia sabê-lo e não queria nem sequer pensar nisso. Talvez fosse melhor que Ford se livrasse dela de uma vez por todas.

– Karina? – chamou-a, esperando pelas suas palavras.

– Sei o que queres ouvir, Ford, mas não to posso dizer – respondeu ela, por fim. – Parece-me impossível sentir amor por ti tal como desejas. Obviamente que gosto de ti, mas só como amigo. Acho que chegou o momento de me ir embora e de viver a minha vida. Arranjarei um trabalho e arrendarei algo que esteja dentro das minhas possibilidades e…

– Não se trata disso, Karina – articulou ele, bruscamente. – Sabes muito bem que não estás preparada para trabalhar, nem é isso que quero.

– Mas… – balbuciou a jovem.

– Mas o quê, Karina? Não fazes ideia do que estás a dizer. Além do mais, não compreendes o que te estou a tentar dizer.

– Claro que sei – repôs ela, com mal-estar e sem o querer ouvir.

Ford levantou-se da cadeira, aproximando-se da jovem, com as mãos estendidas. Ela não teve outro remédio senão aceitá-las e deixar que a ajudasse a pôr-se de pé. Em seguida, abraçou-a e apertou o seu esbelto e trémulo corpo com paixão.

Já a tinha abraçado antes, mas em situações diferentes. Agora não a queria reconfortar, nem animar… mas sim, outra coisa. Beijava-a, sem saber até que ponto ia poder controlar os seus impulsos.

Karina sentiu as lágrimas escorrerem-lhe pelas faces. Ia sentir-se tão defraudado…

 

 

«Se não me tivesse posto a discutir», pensou Ford. «Se não tivesse acusado Karina de me ter enganado com outro, ela não me teria atirado o anel de noivado à cara e não teria saído de casa feita um furacão… E não teria tido o acidente em que perdeu a memória. Agora já estaríamos casados e talvez já tivéssemos começado a aumentar a família. A culpa é toda minha e nunca me perdoarei.»

Ao longo dos dias, Ford repreendia-se constantemente pelos acontecimentos daquele dia. A discussão que tinham tido há dozes meses atrás estava tão presente na sua mente, como se tivesse ocorrido na véspera.

Deveria ter escutado a sua noiva e ter confiado nela, antes de começar a acusá-la sem mais nem menos. Sentia-se culpado por não a ter deixado mostrar o seu ponto de vista.

– Viram-te com outro homem – acusara-a Ford – e mais do que uma vez. Ainda por cima, trata-se de um aristocrata. Por acaso, estás interessada na nobreza e não sou suficiente para ti?

– Enganas-te. Eu…

– Não, tu é que estás enganada, Karina.

– Mas, Ford, ouve-me, por favor, amo-te e nunca…

– Porque é que te hei-de ouvir se os meus sentimentos não te interessam? – repôs o homem, sem aceitar as suas desculpas. – Além do mais, se achas que te vou perdoar e esquecer o incidente, mesmo que não voltes a fazê-lo, estás muito enganada. Não sou assim tão estúpido. Imagina o que aconteceria dentro de uns meses…

– Ford, ouve-me, por favor.

– Não, não, ouve-me tu.

– Peço-te, dá-me uma oportunidade – solicitou Karina.

– Não te quero ouvir mais. Sei muito bem que…

– Maldição, Stafford Fielding. Não entendes nada – gritou a jovem furiosamente. – Se não me podes ouvir nem confiar em mim, toma o teu asqueroso anel e faz o que quiseres com ele – tirou o anel, com os dedos trémulos, e atirou-lho violentamente. – Já deves estar contente. Posso assegurar-te que é o fim e que nunca mais me voltarás a ver.

Com a cabeça erguida, saiu da sala a toda a velocidade.

Ford não fez a menor menção de a deter. Quantas vezes se repreendera desde então. Se a tivesse seguido, certamente não teria tido o acidente. Se tivesse parado para a ouvir, a tragédia não se teria produzido. Enfim…

Nenhum aristocrata aparecera no hospital para a visitar. Nenhuma pessoa, excepto ele, o que era bastante triste.

Os médicos tinham-lhe recomendado paciência e que permitisse a Karina recuperar a memória naturalmente, sem pressões. Por isso, Ford não lhe falara no seu maravilhoso noivado, da bonita relação que tinham… e, sobretudo, do fim do seu compromisso.

Apercebera-se rapidamente de que ainda estava apaixonado pela jovem e que o envolvimento com Charles Forester não tinha tido nenhuma importância. Assumira toda a culpa do acidente e, noite após noite, sofrera a maior das torturas ao ver que Karina parecia não sentir nada de especial por ele.

Ford estava certo de que a perda de memória era temporária, apesar do neurocirurgião o ter advertido de que, algumas vezes, após um acidente, as lesões cerebrais podiam ser irreversíveis. Decidira ser extremamente paciente, mas estava a chegar ao fim da sua resistência.

O esbelto e vibrante corpo da mulher colado ao seu e o aroma da sua perfumada pele fizeram-no perder o controlo. Quantas vezes nos últimos doze meses tinha desejado apertá-la com paixão, acariciar a sua exuberante cabeleira, tocar nos seus lábios e na sua pele sedosa. Tinha ansiado tanto pelo seu sabor, com a ideia de recuperar a magia que existira entre eles, torná-la sua e formarem um só…

O homem ouviu um murmúrio, sem se reconhecer a si mesmo. Inconscientemente, pegou nela ao colo e uniu a sua boca à de Karina.

Com os olhos fechados, provou o maravilhoso néctar dos seus lábios que tanta falta lhe tinha feito nos últimos meses. Por um segundo, pensou que ela não ia resistir… O seu coração acelerou-se de imediato e todas as suas hormonas se revolucionaram.

Estava a preparar a sua estratégia, quando, subitamente, Karina se afastou e, angustiada, gritou:

– Não! Não! Por favor.

Ford sabia que tinha que a respeitar, mas a necessidade, a urgência e o desejo que sentia por ela arrebataram-lhe o juízo… Contivera-se durante muito tempo e essa repressão tinha ido aumentando… Agora que se acendera, não conseguia parar.

– Karina – murmurou o homem, agarrando-lhe na nuca com a mão e guiando a sua boca sensual novamente para a dela. – Por favor, não me rejeites, nem tenhas medo de mim. Prometo-te que não te obrigarei a fazer nada que não queiras, mas deves beijar-me para descobrires os teus verdadeiros sentimentos.

– Sei que não estou apaixonada por ti – replicou Karina. – Um beijo não alteraria as coisas.

Ford podia reconhecer a dor na voz feminina, mas não era nada comparado com o mal que ela lhe estava a infligir. Era como se lhe tivesse espetado uma faca no peito e, não satisfeita com isso, a tivesse torcido lentamente até o fazer sofrer atrozmente.

Tinha que fazer algo antes de a situação se tornar insuportável. Mais uma vez, a sua boca procurou a dela, mas teve que fazer um enorme esforço para o transformar num beijo de ternura. Não a podia magoar nem fazê-la fugir.

Ford não encontrou resposta, apenas o receio que invadia o seu esbelto corpo de mulher. Pouco a pouco, após uns momentos que pareceram uma eternidade, ela permaneceu imóvel e, embora não estivesse completamente descontraída, pelo menos, já não se debatia com ele.

Os seus lábios estavam inertes, passivos e inexpressivos, junto aos do homem. Ford tentava reavivá-los, com centenas de beijos, bordejando o perfil da sua boca com a ponta da língua e acariciando-lhe o queixo com a ajuda do seu suave polegar, ao mesmo tempo que tocava nas suas orelhas. Fazia tudo com a intenção de acender uma chama extinta há uns meses atrás.

No preciso momento em que ia desistir, sentiu uma pequena resposta. Ford experimentou uma vibração nos lábios de Karina que reverberou por todo o seu corpo e, desta vez, não se tratava de temor!

Contudo, o homem quis ser cauteloso e decidiu depositar-lhe beijos tão ligeiros como o bater das asas de uma borboleta, para apaziguar qualquer receio. Um passo em falso e teria perdido a vantagem.

Quando entreabriu os lábios, Ford apercebeu-se de que tinha ganho a batalha. Inclinou-se ligeiramente para trás para observar melhor o rubor do seu rosto. Karina tinha fechado os olhos, como que não aceitando os seus sentimentos.

Beijou-a novamente, desta vez, de forma profunda, desfrutando da húmida suavidade do interior da sua boca. Ford queria mais e com urgência, mas continuou a agir com cautela.

Quando as suas línguas se entrelaçaram e ela começou a reagir com paixão, sentiu como se milhares de estrelas estivessem a explodir à sua volta.

Agarrou-lhe na cabeça e premiu-lhe o lábio inferior com o polegar, enquanto se beijavam e desfrutavam, dando rédea solta ao rotundo e impetuoso prazer de estar novamente com a mulher que julgava ter perdido para sempre.

– Karina, olha para mim.

Queria ver os seus olhos turbulentos, repletos de desejo, e confirmar que o que estava a viver não era fruto da sua imaginação.

Lentamente, contra a sua vontade, ela abriu os olhos e a respiração de Ford acelerou-se, ao comprovar que tinham adquirido uma tonalidade escura, algo que só ocorria quando estava completamente excitada.

– Oh, Karina! – sussurrou entrecortadamente, mas, quando a quis beijar novamente, ela afastou-se.

– Acho que devemos parar por aqui – sugeriu a jovem, balbuciando. – Não sei o que se passa comigo, mas acho que não posso enfrentar esta situação.

– O que se passa é que estás a recuperar as tuas ânsias de viver – respondeu-lhe Ford, com um doce sorriso. – Pensei que nunca mais fosse voltar a acontecer.

– Como posso sentir estas sensações, se não estou apaixonada por ti? – perguntou Karina, desvalida como uma criança pequena.

– Eu acho que me amas, mas a tua mente não o quer admitir.

– Há quanto tempo é que estávamos juntos antes do acidente? – perguntou ela.

– Há treze meses.

Ford já lho tinha dito, mas, obviamente, ela esquecera-se. Ao princípio, tivera numerosos lapsos, coisas sem importância, como pôr batatas a cozer e esquecer-se delas ao lume. Mas, com o tempo, começara a recompor-se até voltar à normalidade.

– Treze! O número do azar – respondeu, com uma careta. – Posso usar o carro?

Ford anuiu, perguntando-se a que se devia a mudança de assunto.

– Então, vais ensinar-me a conduzir novamente?

– Se é isso que queres… – resignou-se ele, vendo que não haveria mais beijos naquele momento. Mas já era um começo. Estava satisfeito por Karina não ser completamente indiferente a ele. – Se achas que estás preparada para isso, então, força.

– Sim, sim – aceitou ela, com grande entusiasmo. – Começamos já?

– Mas fomos convidados para ir almoçar a casa de Paul e Marie! – relembrou-a Ford.

Uma sombra nublou o semblante da jovem.

– Porque é que não lhes telefonamos a dizer que surgiu um imprevisto?

O homem acedeu, incapaz de a ver perder o entusiasmo.

– Está bem.

Mas quando tudo parecia estar a correr sobre rodas, Ford não pôde deixar de se sentir invadido por uma enorme angústia. Estava a explicar a Karina o funcionamento da caixa de velocidades, quando, de repente, ela lhe perguntou:

– Quem é lorde Forester?