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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2005 Harlequin Books S.A.

© 2015 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

O melhor licitante, n.º 770 - Dezembro 2015

Título original: The Highest Bidder

Publicado originalmente por Silhouette® Books.

Publicado em português em 2007

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-7508-1

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S. L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Wine Country Courier

Prólogo

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Capítulo Onze

Capítulo Doze

Se gostou deste livro…

Wine Country Courier

 

Crónica Social

 

 

Há poucos dias decorreu na mansão Ashton um «leilão» de jovens solteiras com o fim de angariar fundos para uma associação benéfica, e ali se puderam ver os homens mais ricos e influentes da sociedade californiana.

O que certamente os organizadores não teriam imaginado nem em sonhos é que fossem arrecadar tanto dinheiro. É que a adorável Paige Ashton foi «adjudicada» a certo cavalheiro pela impressionante soma de dez mil dólares. Um preço bastante elevado para um encontro.

Enfim, confiemos em que Paige Ashton saiba nadar e guardar a roupa, porque o homem que pagou essa exorbitante quantia é um empresário chamado Matt Camberlane. Não lhe falta atractivo nem charme, mas dizem as más-línguas que é incapaz de se comprometer.

Intrigas à parte, a investigação do assassinato de Spencer Ashton, o pai de Paige, continua aberta embora não pareça haver novidades. Quando saberemos quem matou o magnata? Diz-se por aí que a polícia tem em seu poder uma prova que manteve em segredo até agora e que poderia ser revelada aos familiares nas próximas semanas. Veremos em que fica tudo isto.

Prólogo

 

Enquanto a jovem se dirigia para a porta, Spencer Ashton seguiu com o olhar o bambolear das suas ancas. A entrevista tinha terminado e já tinha feito a sua escolha.

Virou a poltrona de couro para a janela e contemplou a vista da cidade de São Francisco que se estendia diante dele como se fosse o amo e senhor da cidade inteira.

Aquela candidata parecera-lhe ambiciosa, e algo de ambição numa secretária podia inclusive ser útil. Uma mulher com ambição sabia que para conseguir o que queria teria que dar algo em troca. No entanto, as mulheres muito ambiciosas não se conformavam com promessas e aumentos de salário. Tornavam-se cada vez mais exigentes e acabavam por impor ultimatos.

Fora justamente o que sucedera com Lilah Jensen, a sua actual esposa. Lilah tinha sido a secretária perfeita, esperta e sexy, uma lufada de ar fresco depois de todos aqueles anos casado com a desenxabida Caroline Lattimer. Porém, o seu excesso de ambição era algo que não previra, e praticamente lhe tinha exigido que deixasse Caroline.

Claro que dezassete anos e três filhos depois, Lilah continuava esperta a ponto de manter a boca fechada e olhar para outro lado quando tinha que fazê-lo.

Lilah tinha conseguido o status que sempre ansiara ao converter-se na esposa de um magnata, e ele não tinha perdido a sua liberdade. Uma mulher astuta a Lilah, sempre o fora.

Aquela jovem à qual acabava de entrevistar tinha-lhe agradado, e muito. De quando em quando tinha sacudido a melena e humedecido os lábios durante a conversa, dando-lhe a entender que estava disposta a fazer qualquer coisa que ele lhe pedisse.

Spencer inspirou satisfeito. Não devia ter mais de vinte e cinco anos, quase metade da sua idade, mas ele continuava em plena forma, não perdera o charme, e tinha tanto dinheiro que com ele poderia encher uma piscina.

De repente bateram à porta.

– Quem é? – rugiu irritado, virando a poltrona para a escrivaninha.

Avisara a secretária para não deixar entrar ninguém sem avisar antes pelo intercomunicador.

A porta entreabriu-se e voltou a entrar a jovem que acabava de entrevistar.

– Desculpe incomodá-lo, senhor Ashton – murmurou, fitando-o, vacilante. – Há algo que acho que deveria saber.

Spencer esboçou um sorriso forçado.

– Não me incomoda nada, senhorita…

Donna? Debbie? Não se lembrava como lhe tinha dito que se chamava.

– A sua secretária foi-se – disse. – Quando saí, estava a guardar as suas coisas numa caixa e quando me aproximei para lhe perguntar algo, respondeu-me com muito maus modos, que ela já não trabalhava aqui. Depois pôs a mala ao ombro e desapareceu.

A velha matreira… percebera que estava a entrevistar tantas jovens porque ia despedi-la antes de ter podido prometer-lhe uma compensação bastante generosa para se assegurar do seu silêncio.

Spencer maldisse-se por aquele erro imperdoável e percorreu com o olhar a figura da morena que estava à frente dele.

– Nesse caso, espero que possa começar amanhã.

A jovem jogou o cabelo para trás e pestanejou. Se lhe tivesse acariciado a braguilha, a mensagem não teria sido mais clara.

– Posso começar agora mesmo se quiser, senhor Ashton.

Spencer sentiu que certa parte da sua anatomia se animava.

– Estupendo.

– De facto… – acrescentou a jovem indo até à sua mesa e estendendo-lhe um envelope branco… – precisamente quando a sua secretária se ia, chegou um mensageiro que deixou isto para si.

Spencer assentiu e pegou no envelope lançando um olhar furtivo ao decote da jovem.

– Obrigado.

– Vou instalar-me então na minha mesa – disse ela com um sorriso. – E obrigada eu.

Estava a dar a volta para sair quando Spencer a deteve.

– Espere um momento, senhorita…

Dorie? Diabos, como tinha dito que se chamava?

– Sim, senhor? – inquiriu ela voltando-se.

– Talvez tenha que ficar hoje até tarde – disse Spencer. – Bem vê, para que possa colocá-la ao corrente dos assuntos mais urgentes dos que se ocupará a partir de amanhã. Espero que não seja um problema.

– Absolutamente nenhum, senhor Ashton.

Depois da jovem ter saído, Spencer deixou cair o envelope em cima da mesa e agarrou o telefone para ligar a Lilah e dizer-lhe que ia passar a noite no seu apartamento da cidade.

De repente, o seu olhar pousou no envelope e viu que não tinha remetente. Enquanto esperava que atendesse, abriu-o com um dedo e fez um corte com o papel, soltando um impropério.

– Mansão Ashton, faça o favor de dizer?

Spencer reconheceu de imediato a voz da governanta.

– Passe-me à Lilah, Irena.

– Um segundo, senhor.

Enquanto esperava pela esposa, Spencer apoiou o telefone contra o ombro, levou o dedo à boca para sugar o sangue que jorrava do corte, e com a outra mão tirou o papel de dentro do envelope. Ao desdobrá-lo caiu um recorte de jornal amarelado. Que diabos era aquilo?

Tal como a morada que figurava no envelope, o bilhete estava escrito a máquina. Só constava de um parágrafo e não tinha data nem assinatura.

Ao ler a primeira frase, com o dedo ainda na boca, um calafrio percorreu-lhe as costas: A bigamia é crime.

O telefone quase lhe caiu, mas agarrou-o, engolindo em seco e continuando a ler.

 

 

Adjunto encontrará um recorte de jornal; o obituário de Sally Barnett Ashton. Se o ler com atenção, verá que há uma errata, pois diz-se que se divorciara do senhor antes de morrer.

Nem em Crawley, Nebraska, nem em São Francisco, Califórnia, existe documento algum que certifique esse suposto divórcio. Segundo as leis de ambos os estados, uma pessoa não pode voltar a casar-se enquanto o seu cônjuge for vivo, se o fizer essa união careceria de validade.

Que surpreendida ficaria a sua segunda esposa, Caroline, se soubesse que nem o seu casamento, nem o acordo de divórcio ao que chegaram foram válidos!

 

 

O sabor metálico a sangue na sua língua tornou-se de repente acre, e Spencer sentiu a ira apoderar-se dele. Pegou no recorte de jornal e leu o obituário da mulher com a qual o seu pai o obrigara a casar há trinta anos. Foi então que viu que na margem havia uns rabiscos.

Seria uma pena que alguém soubesse disto, não acha?

Spencer amachucou o recorte. Não ia consentir que ninguém o chantageasse. Quem se atrevesse sequer a tentar, estrangulá-lo-ia.

– Olá, querido, desculpa ter-te feito esperar.

A voz de Lilah irrompeu nos seus furibundos pensamentos.

– Não me digas que estás a ligar para dizer que não vens para casa?

– Claro que vou para casa – respondeu olhando a porta fechada e pensando na nova secretária. Haveria tempo de sobra para isso, nessa noite tinha que pensar. – Ligava para te dizer que sairei daqui por volta das seis.

– Isso significa que não te esqueceste que hoje a Paige faz dez anos?

– Claro que não me esqueci – mentiu Spencer.

Como se não tivesse preocupações mais importantes que o aniversário da criança…! Spencer despediu-se de Lilah e depois de desligar tomou de novo a carta. Rasgou-a em pedaços e fez o mesmo com o recorte e o envelope antes de os deitar no caixote do lixo.