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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

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28001 Madrid

 

© 2008 Chantelle Shaw

© 2017 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Lua-de-mel em Itália, n.º 1136 - outubro 2017

Título original: Di Cesare’s Pregnant Mistress

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

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Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-9170-365-5

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Capítulo 12

Epílogo

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Capítulo 1

 

– Aí está Tamsin Stewart, a entrar pela porta. E vê como o meu pai vai a correr recebê-la. Não posso acreditar que esteja a fazer uma figura tão ridícula. Podia ser filha dele!

O comentário mordaz fez Bruno di Cesare virar a cabeça e olhar para a porta da enorme sala de baile e para a mulher loira que acabara de entrar. A sua primeira impressão foi que a mulher não era como ele imaginara e, levando o copo de champanhe aos lábios estudou-a com atenção.

Quando Annabel, a filha mais nova do seu amigo e sócio empresarial James Grainger, lhe telefonara para lhe dizer que o seu pai estava a ter uma aventura com uma caçadora de fortunas, Bruno imaginara uma loira de corpo sinuoso apenas coberto por um vestido apertado e com a pele excessivamente bronzeada. Tamsin Stewart era loira, certamente, mas era a única semelhança.

O vestido de seda, um vestido de noite elegante e comprido em azul-marinho que marcava ligeiramente os seios e deslizava sobre a barriga lisa e as curvas suaves das ancas, realçava a figura esbelta da mulher que acabara de entrar. Os olhos grandes dominavam o rosto delicado e ovalado da mulher, mas de onde Bruno estava não conseguiu distinguir a cor. A boca era grande e carnuda, terrivelmente tentadora, e os lábios estavam pintados com por batom rosado. A mulher tinha o cabelo preso num coque que marcava o seu pescoço esbelto e o colar de diamantes que usava era quase tão impressionante como ela.

Era linda, reconheceu Bruno, irritado com a sua reacção. A última coisa que esperava era sentir-se fisicamente atraído por uma mulher que era claramente uma caçadora de fortunas com os olhos postos nos milhões de James Grainger.

Annabel pegou num copo de champanhe.

– Olha para ela, não se afasta dele – declarou com nojo, bebendo metade do copo com um gole.

Do outro lado da sala, Tamsin Stewart sorria afectuosamente para James ao mesmo tempo que lhe limpava o casaco. O gesto falava de uma intimidade que ia muito além da relação normal e Bruno cerrou os dentes. Ao princípio, tirara importância às acusações de Annabel de que o seu pai estava apaixonado por uma mulher muito mais jovem do que ele.

No entanto, Bruno decidira investigá-la e o relatório que lhe tinham apresentado preocupara-o o suficiente para cancelar uma viagem aos Estados Unidos e voar para Inglaterra para assistir ao casamento da filha mais velha de James.

O casamento da filha primogénita do conde Grainger, lady Davina, com o honrado Hugo Havistock, foi celebrado na capela privada da mansão familiar, Ditton Hall, seguido por um banquete para familiares e amigos num hotel próximo. Naquele momento, outros duzentos convidados tinham chegado ao Royal Cheshunt para o baile e Tamsin Stewart estava entre eles.

Annabel observou como o seu pai levava a bonita loira para a pista de dança e virou-se para Bruno.

– Vês? Não estou a imaginar – declarou, furiosa. – Tamsin enfeitiçou o meu pai.

– Se isso for verdade, teremos de encontrar uma maneira de quebrar o feitiço, pequena – murmurou Bruno.

– Mas como? – perguntou a jovem. Olhou para ele com uma expressão desolada. – Pensava que o meu pai tinha comprado aquele colar para mim – indicou, antes de beber outro longo gole de champanhe.

Franzindo o sobrolho, Bruno estudou os diamantes que rodeavam o pescoço elegante de Tamsin Stewart.

– O meu pai comprou um como este para todas as damas de honor – continuou a dizer Annabel, tocando no fio de pérolas que tinha na garganta, – mas, no seu escritório, vi que tinha aquele colar e pensei que seria para mim. Quando disse que era para Tamsin, em agradecimento pelo seu trabalho no apartamento de Davina, não consegui acreditar – Annabel estava furiosa. – Se não tivesse decidido contratar uma decoradora de interiores como parte do presente de casamento da minha irmã, nunca a teria conhecido.

Annabel bebeu o resto do champanhe e fez um sinal para o empregado para que voltasse a servi-la. Bruno olhou para ela, preocupado. Embora Annabel acabasse de fazer dezoito anos e tivesse idade legal para consumir bebidas alcoólicas, estava a beber demasiado.

– Oh, Bruno, não sei o que fazer. Não estranharia se Tamsin tivesse planos para se tornar a próxima lady Grainger. O meu pai sofreu muito desde que a minha mãe morreu – replicou, com um nó na garganta. – Não suportaria que essa ordinária o magoasse.

– Não o fará, porque eu não o permitirei – garantiu Bruno.

Conhecia Annabel e Davina desde crianças, quando Lorna e James Grainger o tinham convidado a alojar-se na sua mansão de Ditton Hall nas suas frequentes viagens de negócios a Inglaterra. Também sabia que a morte de Lorna, vítima de um cancro quando ainda estava na flor da vida, fora um golpe duro para James e para as suas filhas, por quem sentia um impulso protector.

Bruno bebeu outro gole de champanhe enquanto seguia os movimentos de James e de Tamsin na pista de dança e recordou o que sabia dela. Tamsin tinha vinte e cinco anos e estava divorciada há dois anos. Depois de acabar a universidade trabalhara para uma empresa de decoração londrina onde criara uma boa reputação como decorada e, recentemente, começara a trabalhar para a empresa imobiliária e de decoração do seu irmão, a Spectrum.

Tinha quase a certeza de que a mudança de Tamsin para a Spectrum devia ter significado uma grande redução de salário, mas a mulher tinha gostos caros e Bruno sentia curiosidade por saber como conseguira comprar um carro novo e ter duas semanas de férias num complexo hoteleiro luxuoso das Ilhas Maurícias, já para não mencionar o seu gosto pela roupa de marcas exclusivas. O vestido que vestia naquela noite era de uma casa de moda prestigiosa, não a di Cesare, e o seu preço estava muito acima das suas possibilidades económicas. Alguém tinha de lho ter comprado e Bruno conseguia perfeitamente imaginar quem fora.

Sabia que James Grainger ficava todas as semanas em Londres com Tamsin. Teria sido então que ela aproveitara para o levar às compras e aumentar o seu guarda-roupa?

Claro que ir às compras era uma coisa. Outra muito diferente era investir uma grande quantia de dinheiro na empresa do seu irmão. Há um mês, a Spectrum Development and Design tinha estado à beira da bancarrota, mas no último momento James investira imenso dinheiro para a salvar. Bruno também sabia que os assessores financeiros de James se tinham oposto ao acordo, mas James recusara-se a ouvi-los.

A atracção sexual conseguia transformar o empresário mais ardiloso num tolo, reconheceu Bruno, com amargura. O seu pai fora prova disso ao casar-se com uma mulher muito mais nova do que ele. Miranda provocara a queda de Stefano di Cesare tanto a nível profissional como pessoal e, o que era pior, a actriz superficial conseguira afastar Bruno do seu pai, um confronto que não se resolvera antes da morte de Stefano.

Bruno tinha vinte e poucos anos quando o seu pai voltara a casar-se e, ao princípio, esforçara-se para se dar bem com Miranda, apesar de o seu instinto lhe dizer que ela só se casara por dinheiro. E não se enganara. Naquele momento, esse mesmo instinto dizia-lhe que Tamsin Stewart era outra Miranda, perita em manipular as emoções de um homem mais velho e vulnerável.

Do outro lado da sala, Tamsin Stewart ria-se com James, alheia ao resto dos casais que dançavam à sua volta.

– Era casada com o irmão de uma das minhas amigas – murmurou Annabel, ao seu lado. – Carolina disse-me que se atirou a Neil assim que descobriu que era um empresário que ganhava uma fortuna na cidade. Ainda bem que Neil percebeu o seu erro pouco depois de se casar, quando ela se queixava de que ele trabalhava muito, mas não se importava de gastar o seu dinheiro – explicou. – Ainda por cima, quando ele quis divorciar-se dela, disse-lhe que estava grávida.

– Ou seja, tem um filho? – perguntou Bruno.

– Oh, não – respondeu Annabel. – Neil divorciou-se dela, mas não sei o que aconteceu ao bebé. Carolina acha que Tamsin deve ter inventado tudo para deter Neil, mas não conseguiu enganá-lo. E agora o meu pai quer decorar Ditton Hall e quer que Tamsin o faça – acrescentou, com raiva. – A minha mãe gostava da casa tal como está e eu não suportaria que ela se mudasse para lá. Teria de me ir embora e de viver na rua.

A possibilidade da caprichosa Annabel passar por dificuldades económicas era irrisória, mas Bruno tinha consciência de que a morte da sua mãe a afectara profundamente e entendia que a relação do seu pai com Tamsin Stewart a magoasse muito.

Cerrando os dentes, segurou em Annabel e levou-a para a pista de dança.

– O teu pai nunca faria nada que te incomodasse e tu, certamente, não terás de deixar Ditton Hall – declarou. – Agora acho que já é hora de me apresentares à encantadora menina Stewart.

 

 

Preocupada, Tamsin olhou para James Grainger. Parecia extremamente cansado.

– Depois desta dança acho que deves sentar-te e descansar. Deves ter passado o dia todo de pé e já sabes o que o médico disse sobre o cansaço.

James desatou a rir-se, mas não discutiu com ela.

– Sim, enfermeira. Falas como a minha mulher – replicou e, depois, o seu sorriso desapareceu. – Hoje, Lorna teria estado como um peixe na água, a organizar tudo. Teria adorado.

– Eu sei – replicou Tamsin, – mas tu organizaste muito bem o casamento. Davina está radiante e tenho a certeza de que nenhuma das duas suspeita de nada – mordeu o lábio inferior e, depois, murmurou: – Mas, James, acho que devias dizer-lhes, se não agora, quando Davina e Hugo voltarem da lua-de-mel.

– Não – declarou James, com firmeza. – Há um ano e meio perderam a sua mãe por causa do cancro e não tenciono dizer-lhes que me diagnosticaram a mesma doença. Pelo menos, ainda não – acrescentou ao ver que Tamsin abria a boca para protestar. – Só depois de voltar a ver o especialista e de ele me dizer o que tenho de fazer. Não quero preocupá-las sem necessidade. Annabel só tem dezoito anos. Promete-me que não lhes dirás nada, nem às minhas filhas nem a ninguém – suplicou ele.

Tamsin assentiu, para sua tristeza.

– Não, claro que não, se é isso que queres. Mas na sexta-feira irei contigo ao hospital. A última sessão de quimioterapia afectou-te imenso. Talvez me engane, mas tenho a sensação de que Annabel não gosta que nos encontremos, sobretudo agora que já não podemos fingir que falamos da decoração do apartamento de Davina. Se soubesse que as tuas viagens a Londres são para ires ao hospital…

– Não – insistiu James. – Não quero assustá-la. Mas agora – acrescentou, mais animado, – disse-lhe que nos encontramos para falarmos da decoração de Ditton Hall.

– Sim – concordou Tamsin. – Receio que tenha sido isso que a incomodou.

Mas ela não podia fazer nada. Conhecera James quando ele a contratara para decorar o novo apartamento da sua filha e, depois, percebera que por trás do seu encanto agradável havia um homem à beira do desespero devido à perda da sua esposa. Entre eles criara-se um vínculo de amizade especial que levara James a confiar nela quando descobrira que tinha um cancro na próstata. Mas ela tinha o pressentimento de que Annabel se sentia incomodada com a sua relação.

Suspirando, levou os dedos à garganta com gesto nervoso, para verificar se o colar que usava continuava no seu lugar.

– Pára de tocar nele. Está bem – repreendeu-a James.

– Tenho medo de o perder – declarou. – Será melhor tirá-lo e devolver-to.

– Já te disse que é um presente.

– E eu já te disse que não posso aceitá-lo! Deve ter custado uma fortuna – protestou Tamsin, – e não me parece apropriado usá-lo!

– É apenas a minha forma de agradecer o teu apoio nestes últimos meses – insistiu James. – Não sei o que teria feito sem ti. Ter-te-ias dado bem com Lorna – acrescentou, num tom de voz triste.

Tamsin assentiu com um nó na garganta e, deixando-se levar por um impulso, inclinou-se para ele e deu-lhe um beijo na face.

– Fi-lo porque somos amigos e não quero que me pagues com jóias caras – redarguiu ela, – mas obrigada. O colar é lindo!

– Pai, não dançaste comigo!

Ao ouvir o tom de voz melodioso atrás dela, Tamsin virou-se e encontrou Annabel Grainger, que olhava para ela sem esconder o seu desdém. Rapidamente, afastou-se de James, mas, ao virar-se para se afastar, encontrou uma parede de músculos. Quando levantou a cabeça, encontrou os olhos pretos do acompanhante de Annabel cravados nela.

O seu primeiro pensamento foi que nunca tinha visto um homem como ele. A beleza masculina deixou-a com falta de ar e ficou imóvel, com os olhos cravados nos dele, absorvendo o impacto da estrutura óssea perfeitamente esculpida e da tez bronzeada. O seu queixo era quadrado e mostrava uma determinação implacável para conseguir o que queria, mas a boca era larga e sensual, e Tamsin sentiu o impulso inexplicável de traçar a curva do lábio superior com os dedos.

Gradualmente, percebeu que o seu corpo ganhava vida com um desejo que se iniciava no estômago e se espalhava por todo o seu corpo, debilitando-lhe as pernas de uma forma escandalosamente feroz e totalmente inesperada. O brilho nos olhos cor de ébano do homem fê-la saber que ele estava a ler os seus pensamentos e sentiu que corava.

Era um homem excepcionalmente alto, vestido com um fato cinzento-escuro que realçava a sua estatura e a largura dos ombros. Mesmo quando se afastou dele, murmurando um pedido de desculpas, sentiu-se embargada pela sua virilidade poderosa.

– Desculpa, querida, mas pensava que estavas a divertir-te com as tuas amigas – desculpou-se James.

– Receio que, agora que Davina se casou e está prestes a deixar Ditton Hall, Annabel precise desesperadamente do seu pai.

O sotaque do homem era inconfundivelmente italiano e a sua voz era rica e sensual, mas Tamsin não ignorou o ligeiro tom de recriminação na sua voz e James também devia tê-lo ouvido.

– Vem e dança comigo, querida – disse à sua filha. – Tamsin, importas-te que troquemos de par? Sei que Bruno dança muito bem.

Fez-se silêncio e Tamsin ficou tensa, incapaz de olhar para a cara do homem. A sua proximidade fazia-a tremer e receou que, se dançasse com ele, o homem percebesse o efeito que tinha nela.

– Acho que aproveitarei esta dança para descansar – murmurou, sem parar de olhar para James. – Vai dançar com a tua filha.

James abanou a cabeça.

– Pelo amor de Deus, onde estão as minhas maneiras? Não vos apresentei. Tamsin, este é Bruno di Cesare, presidente do império de moda Casa di Cesare e muito meu amigo. Bruno, apresento-te Tamsin Stewart. É uma decoradora de interiores com muito talento.

Annabel puxou o seu pai com impaciência.

– Vamos, pai. Quero beber alguma coisa – afirmou em voz alta, mas Tamsin mal a ouviu.

A música e o resto dos convidados que enchiam a pista de dança desapareceram e foi como se só existissem Bruno di Cesare e ela.

– Menina Stewart…

A voz masculina tornou-se mais grave e distante e Tamsin tremeu. Talvez fosse a sua estatura que lhe dava um aspecto tão intimidador ou talvez a dureza das suas feições ou o cinismo no seu sorriso.

– Ou posso chamar-lhe Tamsin? – continuou ele, estendendo a mão e envolvendo-lhe os dedos com firmeza. – Espero conseguir convencê-la a dançar comigo – murmurou, com o seu sotaque sexy e tentador, dessa vez sem rasto de frieza.

Tamsin teve a sensação de que aquele homem seria capaz de a convencer a fazer tudo. Não se sentia assim desde… Bom, nunca se sentira assim. Nem sequer quando conhecera o seu marido.

Neil era atraente e, à medida que o seu romance avançava, começara progressivamente a apaixonar-se por ele, mas nunca sentira uma intensidade sexual tão primária e potente como a que corria pelas suas veias naquele momento.

Com um salto, percebeu que estava a olhar para Bruno di Cesare com a boca entreaberta e corou. Estava a comportar-se como uma adolescente no seu primeiro encontro e teve de fazer um esforço monumental para retribuir o sorriso e recuperar a compostura.

– Obrigada – murmurou. – Será um prazer.

Sem lhe soltar a mão, Bruno rodeou-lhe a cintura com o outro braço e colou-a contra o seu corpo sólido e forte. Tamsin sentia o calor que emanava do corpo masculino e a reacção do seu próprio corpo. Horrorizada, sentiu um formigueiro nos seios e os seus mamilos endureceram sob o tecido sedoso do vestido, marcando-se de forma perceptível.

Bruno percebeu os sinais que o corpo de Tamsin enviava e olhou fixamente para a sua cara. Há alguns instantes, antes de James os apresentar, ela mal olhara para ele, mas agora que sabia que era o dono de um conglomerado internacional a sua atitude já não parecia tão distante, mas muito mais disposta. Bastava reparar na forma como humedecia o lábio inferior com a ponta da língua num convite inequívoco que provocou uma resposta instantânea no corpo dele.

O dinheiro era um afrodisíaco potente, pensou ele com sarcasmo e sorriu. Então, viu como as pupilas de Tamsin Stewart se dilatavam e ela corava. Muito inteligente, pensou, e imaginou que por trás da farsa de mulher ingénua havia uma pessoa muito inteligente.

Era bonita, sim, mas não devia esquecer que era uma caçadora de fortunas que andava atrás do dinheiro de James. Sem dúvida, era, tal como a sua madrasta, um parasita que não hesitara em aproveitar-se de um homem mais velho e vulnerável para conseguir o que queria. Embora intelectualmente só sentisse desprezo por ela, o seu corpo não parecia tão exigente e não conseguiu evitar a reacção física inconfundível ao imaginar-se a beijá-la e a deslizar o vestido até à cintura para lhe acariciar os mamilos com a língua.

O desejo que sentia por ela era uma complicação irritante, mas teve a impressão de que Tamsin Stewart se sentia tão consciente da atracção que havia entre eles como ele. Bruno cerrou os dentes e prometeu-se que, ainda que tivesse sido incapaz de salvar o seu pai das garras de Miranda, dessa vez não ficaria de braços cruzados a ver James a cometer o mesmo erro.

Ao ver os diamantes que pendiam do pescoço de Tamsin, enfureceu-se ainda mais e perguntou-se o que mais lhe teria tirado. James era um homem extraordinariamente rico, mas a atracção inegável que ela sentia por ele proporcionava-lhe uma arma ideal para frustrar os seus planos e ele não teria nenhum problema em usá-la.